terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Despedidas

Eu sei,eu também odeio esse tema,mas por mais que recusemos,não dá pra deixar de pensar nisso.É como imaginar o futuro,sonhar com todas suas conquistas e tentar adivinhar quem estará lá pra se sentir orgulhoso de você.Passar por uma fase difícil,recusar conselhos,fantasiar com tempos melhores e refletir no que irá embora junto com toda aquela tristeza.Nessa sequência de despedidas que é a vida,acabamos nos adaptando às idas,sofrendo por saudades e prevendo novas despedidas que estão por vir das coisas que acabamos de começar.

Sobreviventes desse processo de idas e vindas,me impressiono com a naturalidade que nos adequamos a esses términos.Passamos a ter gostos diferentes,comportamentos que antigamente nos eram estranhos e sensação de nostalgia quando nos damos conta de que muita coisa se foi,coisas comuns e frequentes,que hoje em dia sentimos um enorme prazer só por um mínimo sinal da presença delas.

Sinto falta de coisas bobas,até mesmo dos doces que eu não podia comprar na quitanda do velho perto da minha casa (já que eu só tinha moeda de dez centavos) e da quitanda também,acho que lugares com esse nome nem existem mais.Sinto falta de ler o Livro das virtudes,contos como O soldadinho de chumbo (como eu adorava esse livro),de assistir Bananas de pijamas,O laboratório de dexter,Johnny Bravo,A vaca e o frango e acordar cedo todos os domingos pra passar o dia com a programação do cartoon network.E como não sentir saudades das músicas de Claudinho e Buchecha,dos filmes antigos da Xuxa(pois é),de ouvir molejo(vou varrendo,vou varrendo ♪),dos lanches das tardes,de cair de bicicleta,e claro,de ser idiota,de um jeito benigno,e não ter que se importar com isso.

Confesso que usar sempre cor-de-rosa não me traz boas lembranças,mas me sinto bem em recordar todas as brincadeiras ridículas que eu gostava tanto.Eu me inclinava demais na amarelinha pra conseguir as casas mais altas,minha Barbie fazia coisas indevidas com o Ken,eu tinha medo de pôr a venda quando brincava de cabra-cega e eu sempre pedia juri-juri pra não ser o cola.Outra,eu tinha medo da música da bruxa de chiquititas,minhas primas colocavam bem alto pra provocar e eu saía da casa,correndo pros braços de vovó.Eu era uma criança enrolona,folgada e um pouco malvada,mas eu aprendi muita coisa e dei valor a todas as bobagens que já fiz,é por isso que estou aqui,descrevendo as lembranças de uma criança gordinha,que chorava por tudo naquele tempo,mas que agora sente falta desse tudo.

Óbvio que o objetivo das despedidas é esse :Dar valor enquanto dura.Depois que se vai,você poderia ter feito isso,dito aquilo,abraçado de um jeito que não lhe desse saídas,a não ser ficar....mas foi.O consolo é que que tudo que vai,volta (penso eu).E isso vale para aquelas perdas.Acredito numa volta um pouco modificada ou do jeito que estava,num reencontro,quem sabe no céu?Mas de qualquer jeito ou volta ou é substituído e é assim que o processo continua.

P.S.: Quase esqueci do meu amigo Peter,que me deve uma viagem para Terra do Nunca há um tempão.Mas tudo bem,essa viagem ainda é tão bem-vinda agora quanto era antes.

13 comentários:

Thais Reis disse...

incrivel a capacidade que seus textos tem de prender minha atenção,de fazer olhar dentro mim e perceber que aquelas eram a palavras que eu procurava e que sempre descrevem o que penso,pensei,sinto ou senti na maneira mais literal...
te adoro lalá
vou sentir saudades

P.S minhas manhãs de sábado no cartoon network eram meu ponto alto da semana.Não tem desenho que substitua John Bravo

Thaynara Gonçalves disse...

despedidas , são muito tristes ;/
estou te seguindo bjs

Camila Lopes disse...

Obrigada por estar no meu blog, fico feliz em ter como seguidores pessoas como você.
Que bom que tenha gostado do post.
Eu odeio despedidas, prefiro nem lembrar delas, porque realmente fico mal, porém temos que encara-lá e seguir em frente.

Beeijos e volte sempre

Gabriela P. disse...

Quando o Peter aparecer por aí, peça pra dar uma passadinha aqui em casa? :D
HASIDUASHUIDAS
É incrível como coisas tão "pequenas" nos fazem TANTA falta.
Mas mais incrível ainda, é como de uma forma ou de outra sentiremos falta dessas coisas pequenas, que mudam conforme crescemos...
Lindo texto!

:*

Thaynara Gonçalves disse...

essa gordinha sou eu rsrsrsrsrsrs
amei bjs amiga

Anna Lima disse...

gostei bastante do seu blog , vi seu blog no de uma amiga minha , e resolvi passar aqui , e a gente poderia compartilhar nossas maluquiçes AUHSUASHASH ;p

- me segue ?

beijos:**

Milena M. disse...

odeio despedidas. Tenho medo delas, sabe? Medo de perder.
Mas adoro os seus textos e essa coisa boa que eles transmitem, essa sensação de estar conversando com uma pessoa no planeta Terra, e não uma alienada.
:*

Anônimo disse...

oooi querida, estou retribuindo a visita que fez ao meu blog há um tempinho atrás, estive ausente por um tempo mas agora estou de volta a ativa !
adorei seu blog e seus textos ;)
beeeijos e sucesso ! =*

Bill Falcão disse...

Algumas pessoas estão sempre passando suas vidas a limpo, né, Lais? Pessoas que pensam muito são assim. E é tudo assim mesmo como você descreveu. Nos despedimos de certas coisas de nossas vidas que vamos reencontrar logo mais à frente.
Bjoooooooo!!!!!!!!

Natália B. disse...

Nossa, como esse texto me deu nostalgia!!!
Saudade, ô coisinha chata que não abandona a gente nunca... Mudam apenas os objetos dela.
Amei o texto, ficou muito bom mesmoo... *--*

beijinhos

Unknown disse...

despedidas são mesmo muito tristes né, amiga? mas então chega a hora de dizer tchau, vou sentir saudades :(

Anônimo disse...

Despedidas acabam comigo! fazê o que né?!
beijos

Terez@ disse...

É assim q a vida continua, cheia de despedidas (breves ou ñ) e perdas. Somos tds humanos, perdemos e ganhamos.
Perdemos (algo) às vezes pra sempre, mas tbm ganhamos outro em troca.
E deixando a sua infância pra trás vc foi conhecer essa q vos fala!! Vc ganhou uma amiga (pra sempree tbm!)!! Te amo d+ e te admiro mt!!